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Linda donzela


A autora que sou
Dá bons motivos para cuidar da palavra,
Já a humana que eu tentei ser a vida inteira
Dá sinais de cansaço,
E perde o fôlego num jogo sem trégua.
Essa gagueira que não cessa por nada
Talvez tenha dado um calo na goela.
A mulher que sou
Cambaleia por quase tudo
E sabe que no fundo
A consciência é um catre sem porta ou janela...

A autora que sou
Engana bem os pontos e vírgulas.
Brinca de esconde e defende as reticências.
Já a donzela
Pensa que a pauta é virgem
E combina com as aspas
Um meio de continuar pura!

Cristina Jordano
Enviado por Cristina Jordano em 10/09/2011
Reeditado em 10/09/2011
Código do texto: T3212116
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