UMA VISITA INESPERADA
(Sócrates Di Lima)
Liguei a televisão,
Uma novela em horário nobre,
Vasculhei com precisão,
Toda programação pobre.
Nada instrutivo,
Pelo menos até agora,
E o que fazer! sem motivo,
E o frio encolhe o gatinho la fora.
Eita que me deu dó,
Não posso deixá-lo sozinho,
E como eu estava só,
Fui pegar o bichinho.
E ele está aqui comigo,
Nós já nos conhecemos,
Já esteve aqui antes, um amigo,
Então, combinamos.
Tá que olha pra mim,
Vendo-me escrever,
Acho que esta achando ruim,
Em não deixá-lo ler.
Parace uma brincadeira,
Mas náo é não,
Vejo que o bichano ta de "zueira",
Querendo afago da minha mão.
Então, vamos lá,
Já não estou sozinho,
Vou terminar esta poesia já,
E dar a ele um pouco de carinho.
Bom, deu até um poema,
Esta estória bem humorada,
Vou dividir meu tempo com ele, meu tema,
Uma visita inesperada.
Mas se o tempo passa,
E a saudade de Basilissa aperta,
De verdade, essa saudade me caça,
E me traz em virtual a alma daquela poeta.
E eu já não sinto mais frio,
E nós três estamos saudosos,
Ele eu não sei, algo vazio,
Mas eu e a saudade, estamos com ela chorosos.