UMA GRACINHA
UMA GRACINHA.
A menina por trás da janela,
Entre as cortinas, escondida.
Quem será a mais bela?
A rosa, a dália ou a margarida.
Põe-se na transparente vidraça.
Sua sombra esbelta silhueta.
Corpo de menina, uma graça.
De curvinhas, feito ninfeta.
Seus olhinhos vivos a percorrer,
No vão escuro da basculante,
Procurando afoita para ver
O poeta, logo ali, bem adiante.
Ela sorri num trejeito safado,
Nos seus quatorze anos, lindos.
Meu Deus! Estou dela enamorado.
Vou dar-lhe um muxoxo ainda.
Que corpinho bem feito!
De curvinhas modeladas.
Fico ensimesmado e sem jeito,
Que ser a minha namorada.
Vibrante ela pula na corda,
Pula junto o meu coração.
Seu corpinho já nas nuvens,
E o meu quase no chão.
Quando ela sorri
Despetalam flores,
Do seu lindo jardim e,
Os olhinhos são amores.
Os lábios são de flores,
Pétalas em sua boca.
Menina dos meus amores,
Sou poeta, e tu és louca.
Tudo é bem fresquinho,
No seu corpo nascendo,
Dois lindos brotinhos,
Ao peito crescendo.
Ah, menina pacote de presente,
Desembrulha para este poeta,
Teu corpinho fofo e quente,
Pra ele não ficar pateta.
Vamos fazer um pacto:
Despe-te de mansinho,
Apenas em três atos,
Blusa, tanga e sutiãzinho.
Nada posso te fazer,
Só de te olhar me alucina,
Imagina eu te querer,
Desnuda, minha doce menina.
Menina crespinha
Não queiras saber
Como tu és linda
Em versos a florescer.
Florindo os meus poemas
Feitos ao te ver.
Meu pequeno dilema,
A brilhar, a crescer,
Brotinho feito de água
Cobiçada crespa pêra
Debaixo das tuas anáguas
Proibindo-me vê-la.