EXTRATO DO MEU SUBSTRATO
(Sócrates Di Lima)

Essência da minha alma,
Meu substrato...
Uma nuvem calma,
Sobre minha cabeça, no meu retrato.

Um semblante abstrato,
Sem eco e sem nexo,
Palavras gritantes no contrato,
Regras do amor e sexo.

Na minha vida um distrato,
Quebra da vontade concreta,
Meu dossiê contido num extrato,
Registrado na alma do poeta.

Que preso na torre do seu pensamento,
Sem olhos virados para o Sol,
Não vê e nem sente o momento,
Da beleza que era o meu arrebol.

Livros escritos em páginas vivas,
Encadernado pelo tempo de amar,
Perpetuado no coração com vontades lascivas,
Que fizeram a alma de saudade gritar.

E do corpo pintado na mente,
Resta a imagem santa de um olhar vazio,
Olhos repintados em cores da semente,
Plantado no coração num dia frio.

E as mãos que buscam os toques atrevidas,
Em folhas que caem no outono,
Raízes da árvore sagrada das vozes ativas,
Que nunca deixar perder o sono.

Entáo, os labios cerrados,
Em lamúrios e cânções entristecidas,
Bocas e ouvidos Mudos se fizeram pra todos os lados,
Nâo mais sorriram nas noites amanhecidas.

E o que restou na noite fria de um inverso turvo,
Senão quadro frio mostrado no retrato,
Que em poesia mórbida em devaneio curvo,
No relato do extrato do meu substrato.
Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 18/05/2011
Reeditado em 18/05/2011
Código do texto: T2977841
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