CIDÁLIA
Cidália não tinha sonhos
Cidália apenas vivia
Vivia dos outros sonhos
Dos sonhos que o outro trazia
Cidália bebia muito
Cidália também fugia
Fugia dos tantos tormentos
Que a vida lhe fazia
Cidália era generosa
Cuidava de todos com esmero
Cidália só não se cuidava
E nem se olhava no espelho
Pobre alma era esta
Que de tudo tremia
Do medo que a acometia
Nem brigar ela sabia
Entregava-se com afinco
A tudo que ia fazer
Só não se entregava
Por não mais querer sofrer
Carregava até a água
Em peneira furada
Para que nada faltasse
Àqueles a quem amava
Um dia Cidália se viu
Diante de sua imagem
Caiu em total desespero
Dera fim à sua miragem
Desencantada a flor
Arrancara as suas pétalas
Murchara devagarzinho
Morrera a poeta
Cidália não tinha sonhos
Cidália apenas vivia
Vivia dos outros sonhos
Dos sonhos que o outro trazia
Cidália bebia muito
Cidália também fugia
Fugia dos tantos tormentos
Que a vida lhe fazia
Cidália era generosa
Cuidava de todos com esmero
Cidália só não se cuidava
E nem se olhava no espelho
Pobre alma era esta
Que de tudo tremia
Do medo que a acometia
Nem brigar ela sabia
Entregava-se com afinco
A tudo que ia fazer
Só não se entregava
Por não mais querer sofrer
Carregava até a água
Em peneira furada
Para que nada faltasse
Àqueles a quem amava
Um dia Cidália se viu
Diante de sua imagem
Caiu em total desespero
Dera fim à sua miragem
Desencantada a flor
Arrancara as suas pétalas
Murchara devagarzinho
Morrera a poeta