A PRISÃO
Hoje me veio à lembrança
da tua desastrosa fuga;
as cordas puídas com a qual
tencionaste escalar os muros
da alta torre em que te prendi
agora enfeitam teu pescoço,
o cadeado do portão de ferro
ainda está intacto, sem arranhão,
e as vidraças inexoráveis feito um tumulo.
Por Deus, pudera tu pensar
que eu sou um dos teus pelegos?!
Ou que cairia em prantos
ao pesar teu desgosto sobre minha alma?
Sou inatingível, e bem sabes
por que assim tu me fizeste,
um vão sem fim, uma escuridão sem margem.
Tripudiaste da minha loucura
até ingressares no meu hospício
do qual eu emito diagnóstico
e tu és para sempre louca
condenada a mofar no pior dos exílios
inocente em tudo, culpada no espírito!