Da séria série: POEMAS ENCARDIDOS
Lágrimas de cada dia
Debruço meu olhar transtornado
Por todos os lados,
Procurando feito uma velha cega
Teus nichos, avisos, indícios...
Tateando com pupilas insanas
Mapas, teorias, rascunhos
Teus punhos!!!
Agarro-me nas tuas vírgulas
Que viram tranças,
De um lado para o outro
Rumo quase louca e morta
Pelas encostas e margens
Das tuas linguagens esporádicas,
Vou capturando energia
Para os dias, sem paz, sem você
Para as horas mais hemorrágicas!
Nas insones e pertinentes anomalias
Que arrebentam meus glóbulos inteiros,
Compreendo sinais , tão próximos da escuridão!
Nos intervalos dos cortes e enxofres
Respiro sem dor, na pane dos ponteiros,
E como sei bem, a falta que faz a tua reação...
As tranças viram cordas tão firmes
Levam meus olhos para além do possível
E depois de tudo, assumem a sinalização!
Agarrada ao tronco do teu esponjoso ósculo
Choro o desatino da saudade escorrendo pelas pernas
E lá se vai outra noite, com nódoa e coágulo...