"VINDITA NATURALIS"
(Sócrataes Di Lima)
Do ventre da natureza
Nasce a fonte da vida,
Pelas entranhas da terra, a belezA,
Água que jorra perdida.
Terra, mãe,
Água nascituro,
A alma expõe,
O mel do futuro.
E nos seios da natureza viva,
Recria-se a esperança,
Que a vida se motiva,
Na alma da criança.
Que desponta, como o novo,
O principio, meio e fim,
Da terra molhada floresce o povo,
Brotado, feito, refeito assim.
E sob o crivo do únissono Deus,
Onipontente ao Sol, o poente,
Nascente do amor imortal sob os olhos seus,
Posto no coração em semente.
E o paradoxo da vida se agiganta,
Sob os olhos crédutos do sonhar,
Há no mistério que se levanta,
Entre o céu e o mar.
A vida, viagem de ida,
E se volta,
É passagem perdida,
Que a própria alma revolta.
Alma esculpida,
Sob o corpo da natureza,
Que aos poucos se volta atrevida,
Sobre o mesmo homem na sua torpeza.
E não há quem segure,
A mão forte da terra,
Quando ferida, não há que perdure,
O desejo de vingança que a própria vida encerra.
A vã filosofia do homem sobre a natureza,
Vai se perdendo nas suas próprias gerações,
E quando a vida natural perde a sua beleza,
O resultado é o silêncio dos corações.
É a natureza violentamente remexida,
É a vida pedindo socorro,
Pela vida vivida,
Na encosta do morro....
...E CHORA O RIO EM JANEIRO.