"VINDITA NATURALIS"
(Sócrataes Di Lima)

Do ventre da natureza
Nasce a fonte da vida,
Pelas entranhas da terra, a belezA,
Água que jorra perdida.

Terra, mãe,
Água nascituro,
A alma expõe,
O mel do futuro.

E nos seios da natureza viva,
Recria-se a esperança,
Que a vida se motiva,
Na alma da criança.

Que desponta, como o novo,
O principio, meio e fim,
Da terra molhada floresce o povo,
Brotado, feito, refeito assim.

E sob o crivo do únissono Deus,
Onipontente ao Sol, o poente,
Nascente do amor imortal sob os olhos seus,
Posto no coração em semente.

E o paradoxo da vida se agiganta,
Sob os olhos crédutos do sonhar,
Há no mistério que se levanta,
Entre o céu e o mar.

A vida, viagem de ida,
E se volta,
É passagem perdida,
Que a própria alma revolta.

Alma esculpida,
Sob o corpo da natureza,
Que aos poucos se volta atrevida,
Sobre o mesmo homem na sua torpeza.

E não há quem segure,
A mão forte da terra,
Quando ferida, não há que perdure,
O desejo de vingança que a própria vida encerra.

A vã filosofia do homem sobre a natureza,
Vai se perdendo nas suas próprias gerações,
E quando a vida natural perde a sua beleza,
O resultado é o silêncio dos corações.

É a natureza violentamente remexida,
É a vida pedindo socorro,
Pela vida vivida,
Na encosta do morro....

...E CHORA O RIO EM JANEIRO.

Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 19/01/2011
Reeditado em 19/01/2011
Código do texto: T2737772
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