CONFISSÕES DE UMA POETA LOUCA...

Confesso, falo demais

Escrevo demais... penso demais!

Mesmo dizendo metade do que queria

Volta e meia,

Envolta em essenciais redundâncias

Me perco no ponto final,

Termino com decisivas reticências

Coleciono figuras de linguagem

Que nada mais são

Que minha perfeita imagem;

Retalho arestas de versos abandonados

E, como criança semi alfabetizada

Deslizo nas curvas das vírgulas

Me apaixono pelas frases

Esqueço de vez as crases!

Busco qualquer tema

Que não tenha trema

Porque esse, coitado

Mergulhado na preguiça

Com a nova ortografia

Nem em cima da linguiça!

Sou meio assim...

Um erro que não se acha

Nem se apaga com borracha;

Atordoada por um sentimento

Que não sossega

Tento convencer... fingindo vencer.

Assim, escrevo minha história

Nessa torta trajetória...