De Beethoven para Raquel
O ano é 1816
Beethoven é um gênio atormentado em meio a escuridão
Primeiro perde a referência e depois aos poucos a audição
Em profunda depressão ele faz um testamento pensando em se suicidar
Senta-se ao piano transtornado sem querer mais tocar
Mais ao dedilhar as primeiras notas musicais
Vê num canto da sala a alma da moça de Batatais
Que como ele tbém possui enorme carência afetiva
E buscou na arte a razão para continuar sua vida
O rosto dela é iluminado pela claridade da lua no céu
Beethoven então compõe nessa noite a Sonata Claro de Luna para Raquel
Rancoroso, insosiável e de espírito indomável e transtornado
Viu refletido nos olhos dela a dor de seu própio passado
Mais a arte tem a magnitude de amparar os apaixonados
Assim ele parte para Viena com ela ao seu lado
Caminhos entrelaçados como a poesia e a música
Amavam o lirismo dramático e a liberdade de expressão
Mais até naquela época era considerado loucura possuir coração
Em março de 1827 morre o gênio incompreendido
Depois de famoso e reconhecido agora ele tinha milhões de amigos
Descansaria em paz havia cumprido seus ideais
Diziam que o chumbo usado no tratamento o havia matado
Mais isso nunca foi comprovado
E aquela moça que o acompanhava onde está?
Colhendo flores no campo para em seu túmulo depositar
Sempre em noites de luar
Beethoven não pode ouvir quando ela se põe a chorar
Mais depois de séculos ainda se lembra da tristeza no olhar
Matam a saudade um do outro da forma mais linda que há
Ela escreve poemas para ele descansar e não mais sofrer
Ele toca piano com paixão para ela continuar a querer viver...