Cronograma
Ontem, minhas mãos já assim tremiam
E meus olhos não, há muito, reluziam
Nada para que eu não me lembrasse
Das lágrimas se, talvez, elas secassem
Hoje, meus pés nem ao menos esquentaram
E aquelas pontadas na cabeça voltaram
Tudo para que eu não me esqueça da hora
E não me tranque do meu lado de fora
Amanhã, meus braços, por repúdio, sangrarão
E minhas pernas, por desespero, correrão
Só para que eu, finalmente, perceba
Parada não há nada que eu receba.