O mal do século.

A carência da gente, na vida contemporânea:

Saio de casa e tropeço no mundo como Arquimedes deu-se na língua: Me sinto novo, mas podre. Me sinto velho, um novo velho num mundo medíocre, sem amor, sem esposo, sem graça, sem gozo... falta-lhe cabeça mansa.

É justamente quando bato as portas do meu apartamento, é que comportamento diverso daquilo materializa-se em insegurança. Mas não se vê mais graça, nem mesmo numa dança.

Amarrado em cortinas de mordaça, a poesia vai saindo de mim como peças de um quebra-cabeças formado, triste do movimento de estar acoplado, uma a outra, um com o outro, um pelo outro. Com isso, o reboliço dos astros só fazem a falta de colaboração virar sangramento, idéias de uma mente triste pela falta de amor, picham e renovam o antigo testamento. Antiga crença, num novo contentamento.

Não se quer mais estar neste mundo tendente ao individualismo, no qual carros com os vidros insul-filmados só ilustram o nosso sinismo, a nossa falta de compaixão. Eu ainda amo este mundo, mas ele não ama a minha intuição... Ainda não!

Não se quer mais estar neste mundo tendente à escravatura não agrária nem urbana, mas intelectual; pessoas morrem, hoje em dia, até de parto normal. Normal, mas não natural. Social, mas mental sem a clareza de uma pilastra jovial.

Apela-se deste modo, data venia, pro sexo casual. Pra cópula informal, tentando encobrir essa carência que é produto de tudo isto de ruim que se vê, que disso tudo ruim que se lê, na vida social-conjugal. A insegurança das pessoas têm as levado a cometer coisas que nunca imaginaram. Aceitam a mudança da vida e não se indagam para onde vão.

É tal qual o capitão dum navio que corrobora com o leme virado à direita, enquanto se deseja a esquerda. Como o mar que nasce no poente e de soberba ele mesmo morre no nascente.

Mas convivem com essa indiferença humana, pois é fácil agradar.

Fácil manobrar, pra quem tem poder, sem adornar pra quem vive de beber, farrear e fuder, sem querer o mundo mudar, numa eterna redenção e aventurança, logo em mim!

Alexandre Bonilha
Enviado por Alexandre Bonilha em 27/07/2010
Reeditado em 28/07/2010
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