MEU CORAÇÃO PIRATA
(Sócrates Di Lima)
Germina no meu peito um quê de saudade,
Como se fosse algo estranho.,
Mas, na verdade,
Nem sei o tamanho.
É alguma coisa de dentro para fora,
Um aperto ilusionário.,
Talvez a saudade agora,
Depois de um desejo imaginário.
Diria mesmo que é saudade,
De tudo que o meu coração viveu.,
Talvez a ansiedade,
De alguma coisa a mais que não aconteceu.
Germina no meu peito uma vontade,
Que chega as raias da loucura.,
Voltar atráz, me reencontrar naquela cidade,
Onde o amor e o prazer fizeram uma antológica mistura.
A prazer de estar amando,
O amor dia a dia brotando.,
Com a saudade se revesando,
Um e outro se multiplicando.
Germina no meu peito uma alegria,
De ser e fazer poesia.,
Dono de uma vontade nunca tardia,
Que faz do amor sua mais real fantasia.
Há nos meus cânticos a melodia silenciosa,
De um olhar mudo e um falar ensurdecedor.,
Que explode numa emoção intempestuosa,
E emudece fechando o coração por amor.
Há no meu peito um tambor,
Que repica no compasso do meu querer.,
É a saudade louca de um amor,
Que eu fiz silenciar dentro do meu ser.
E mesmo gorjeando um cântico perdido,
Encontrado no âmago da minha emoção.,
Fui intrépido, prendi meu coração bandido,
No calabouço da minha mais insana razão.
É que nos mares do meu fim do mundo,
Assalto e decapito as vontades que me sobressalta.,
E depois, bate um desassossego profundo,
Uma espada que corta o fio de vida, de um coração pirata.