TEIAS ALHEIAS

Apanho-te na teia,

vida adversa alheia,

coleiras de animais,

juntas jamais...

Suplico a tua voz,

porque não estamos sós,

neste centro ardendo por dentro...

pelas loucuras que assaltam a noite,

e não gritam ao Sol...

Provoco o frio que queima,

que não desiste e teima,

em sondar a minha procura...

pelas loucuras que assaltam a noite,

e não gritam ao Sol...

Sinto que não me vês,

nem sabes os porquês,

do silêncio que mora no centro,

mesmo que o frio arda por dentro...

nas loucuras que assaltam a noite,

e não gritam ao Sol...

Nuno Godinho

3-2010