Adeus
Morr’o instante, jamais de volta,
na doce viver que morre todo dia,
clamejante de fragilidade remota,
dolente, absorto, ido.Quem diria!
Rodopia num lusco-fusco mudo,
o mágico me rodeia e me tonteia,
balbuciando segredo tão velado,
qual racimo do sol que titubeia!
Tudo vai desenhando o doce adeus
do partido, porém nunca ausente,
o pingo de luz voa dos olhos meus
no minuto ido,brando, decadente!
Sim, morre um pouco a insensatez,
de quem desce só vestida de panos;
na nudez em que o minuto se desfez,
o fútil não vou somar aos planos!
Santos-SP-08/08/2006