Adeus

Morr’o instante, jamais de volta,

na doce viver que morre todo dia,

clamejante de fragilidade remota,

dolente, absorto, ido.Quem diria!

Rodopia num lusco-fusco mudo,

o mágico me rodeia e me tonteia,

balbuciando segredo tão velado,

qual racimo do sol que titubeia!

Tudo vai desenhando o doce adeus

do partido, porém nunca ausente,

o pingo de luz voa dos olhos meus

no minuto ido,brando, decadente!

Sim, morre um pouco a insensatez,

de quem desce só vestida de panos;

na nudez em que o minuto se desfez,

o fútil não vou somar aos planos!

Santos-SP-08/08/2006

Inês Marucci
Enviado por Inês Marucci em 09/08/2006
Reeditado em 09/08/2006
Código do texto: T212779