Talvez
(O baú não acaba - risos).
Louco sempre fui
Tentei olhar nos olhos
Tentei até voar
Tudo é uma passagem
Quis controlar
Ser perfeito
E pergunto-me:
- Que faço eu aqui?
Não pertenço a nada
Gostava de ser especial
Minto-me
Engano-me
Vezes sem conta
Quem sou eu?
Alguém que trepa paredes?
Procura o improvável?
Sei lá, apenas me afundo
Cego, demoradamente
Talvez amanhã
Talvez noutra vez, noutro lugar
Vagueio, apenas
Nuvens negras por tecto
Nem as estrelas brilham
Respiro
Sorvo o último ar
Talvez…
Talvez amanhã
Encontre um caminho