Exposta
Gosto de ver-me exposta
Experimentando atos volúveis
Vivendo a infringir normas e a quebrar barreiras...
Gosto de ser descomposta
calando-me em mim mesma
usando de sutileza improvisada
arrastada pela força da rebeldia e da indignação...
Gosto da vertente de lágrimas
derramada pela consciência esmagadora
que drena pus como ferida infectada...
Gosto da atitude de inercia e apatia
quando dos cabelos soltos ao vento
em caracóis longos perdem a sedosidade
e tornam-se grumos pesados e oleosos...
Gosto do olhar inquiridor e inquietante
percorrendo compenetrado no espelho
refletindo múltiplas e complexas faces...
Gosto da tormenta interior
da perturbação que questiona
que procura incessantemente...
Gosto demais de pensar...
observar...
refletir...
questionar...
Gosto demais de evoluir...
aprender...
entender...
Gosto muito das dúvidas
que fazem-me raciocinar
quefazem-me mergulhar no mundo do ser ou não ser...
Gosto da arte da vida...
da ciência de viver...