Prerrogativa do sonho
Sempre me dá um medo quand’o sol vai embora,
qu'ele fuj'atrás do passado qu'uma noite levou
e me demoro notando a última flor da primavera,
na película em breu que a noite em mim clareou!
Noite sem sonho dorme o sono branco sem amor,
eis que súbito relâmpago inaugura um novo filme,
que d’estranha recordação me assalta em perfume,
a mim ofertando teus lábios,vereda cheia de calor!
Desafiand'o incrível,liberta-se dos carnais anelos,
santa canção de sorrisos estrelando tua meiga face,
devolvendo encantos que não mais pensava tê-los.
Noite no dia se afundando! É impossível que fosse!
Lástima, a noite clareia sobre o sonho,desesperação
me arrebata’s olhos dormentes no profundo esperar,
quando irrequieta engulo a esbranquiçad’ escuridão,
com as mãos da mente recobrando o meu ressonhar!
Agora me adormece, querido, o teu remanso quente!
Só tem felicidade rodeando almas amantes do sonho,
que quando sonham o mesmo sonho se ungem rente
para florescerem juntas sempre num único caminho!
Santos-SP-09/07/2006