Sobre Bebida e Poesia
Bebo um tanto e penso nela,
Bebo pensando na vida,
Bebo pra curar ferida,
Bebo pra molhar a goela,
Bebo a cerveja que gela
Meu alcool corre na veia
Quem bebe vagabundeia
Mas tem bastante aleria
A garrafa está vazia
Mas minha cara está cheia
Já bebi todo o licor
que encontrei pela frente,
Quatro litros de aguardente
só me restou o fedor,
Bebo pra falar de amor
e encantar minha sereia
Mas se eu deitar na areia
Só levanto no outro dia
A garrafa está vazia
Mas minha cara está cheia
Bebo o mote e mijo a glosa,
Dedilho meu violão,
Bebo o amor, a paixão,
Bebo o perfume da rosa,
Bebo a poesia jocosa
Que o cantador pagodeia,
Bebo a rima que volteia
Minha birita é poesia!
A garrafa está vazia
Mas minha cara está cheia