Ais
Ai de mim
que agito-me
com o apito da chaleira,
pois é chegada a hora
e a porta aberta...
espera.
Ai de mim
que suspiro o teu cheiro
na noite de lua cheia
e nos alvos lençóis.
Ai de mim que grito aos ventos
o desejo da tua fala mansa
cavoucando o meu ouvido.
Ai de mim que bocejo
antecipando a tua hora de dormir.
Ai de mim
que sereno os teus remansos
e desencadeio tuas avalanches.
Ai de mim que espeto-me
em versos prolixos
e numa poesia arranhada.
Ai dos meus silêncios engolidos,
que de mim,
dizem mais que as palavras.
Ai de mim
e dos meus tantos ais
presos nas entrelinhas.
Ais de mim...
Dos meus ais...
Dos sagrados sais...
Das voláteis certezas...
Ai do amor equilibrista
ainda se mantém na corda bamba.
E a vida segue sem pressa.
*Fátima Mota*
Ai de mim
que agito-me
com o apito da chaleira,
pois é chegada a hora
e a porta aberta...
espera.
Ai de mim
que suspiro o teu cheiro
na noite de lua cheia
e nos alvos lençóis.
Ai de mim que grito aos ventos
o desejo da tua fala mansa
cavoucando o meu ouvido.
Ai de mim que bocejo
antecipando a tua hora de dormir.
Ai de mim
que sereno os teus remansos
e desencadeio tuas avalanches.
Ai de mim que espeto-me
em versos prolixos
e numa poesia arranhada.
Ai dos meus silêncios engolidos,
que de mim,
dizem mais que as palavras.
Ai de mim
e dos meus tantos ais
presos nas entrelinhas.
Ais de mim...
Dos meus ais...
Dos sagrados sais...
Das voláteis certezas...
Ai do amor equilibrista
ainda se mantém na corda bamba.
E a vida segue sem pressa.
*Fátima Mota*