Loucura
Loucura
A minha idéia ilusória
É mesmo coisa de louco
Mas talvez falte tão pouco
No compasso dessa história
É nas idéias de loucos
Que vemos a sanidade
Independe da idade
E da idéia de poucos
Uns respiram lucidez
Outros respiram loucura
Não sabemos se é segura
Ou sensata estupidez
Em cada louco uma idéia
De lucidez tão sensata
De compreensão ingrata
Como abelha na coméia
Dos lúcidos a incensatez
Dos problemas construídos
Dos loucos e destruídos
Idéias e altivez
Os loucos sempre constroem
Idéias em sua mente
E ver logo de repente
Que os lúcidos a destroem
Melhor ser louco e decente
Do que lúcido e destruir
Idéias de construir
Um futuro ascendente
Da lucidez tenho medo
Da loucura não me espanto
Porque tenho visto tanto
Lúcidos em arremedo
Somos loucos conscientes
A ninguém prejudicamos
Apenas participamos
De cenários inconscientes
Há loucos que são sinceros
E lúcidos tão espertos
Que faz medo chegar perto
E perceber seus mistérios
As verdades incomodam
Aos lúcidos e conscientes
E também aos inocentes
Enquanto não se acomodam
Mas assim é a loucura
Não escolhe espaço ou pessoa
Não importam como soa
Nem também como procura
Mas de tanto falar nela
É bom se policiar
Pra não tentar saciar
A fome no prato dela
Quem muito fala em loucura
Pode estar bem próximo dela
Ou está buscando ela
Ou perto de quem procura
Não se brinca com a loucura
Nem também com a lucidez
Cada um tem sua vez
Sem depender da procura
Todos dois são casos sérios
E merece o seu respeito
Por isso bato no peito
E digo, isto são mistérios.
São mistérios construídos
Quem uns tentam desvendar
Construindo cada andar
Na mente dos instruídos
É muito difícil julgar
Quem é lúcido ou louco
De cada temos um pouco
Cada um no seu lugar.
Tarcízio Leite 11/04/2009