corrida ( quebrando as grades da realidade )
A loucura é a única leal.
Tentar esconde-la
É esconder-se de si mesmo.
E a saudade?
A constante saudade da sorte;
É a circunstancial saudade da morte,
como a lua que vive em um ciclo eterno,
como os verdadeiros valores que correm a margem
da linha de partida e a linha de chegada.
A corrida tem data e hora marcada.
Não pense no fim como um pesar,
Seja intimo, e use-o para direcionar o próximo passo a se dar,
Siga calmo, não adianta correr,
Por mais alto que alcance,
Ainda vai estar entre a linha de partida e a linha de chegada.
A altura provoca vertigem ao coração,
Cria calos na alma.
A loucura se transforma em realidade em meio a tanta ilusão,
Onde esta o norte?
Por fim, a corrida muda de direção;
Se ao menos as pompas das gravatas
Enforcassem a nossa mediocridade,
E os cintos lustrados
Apertassem as calças da promiscuidade;
E os ternos italiano escondessem a vergonha da humanidade.
.
E as novidades?
Será que são fôlego ou dificuldades?
Se ao menos os carros reluzentes nos levassem
Aonde realmente devemos ir,
Se os celulares multifuncionais
Fizessem-nos ouvir a verdade,
Se as extra redes pudessem
Interligar as almas e corações.
E a "verdade" ?
Se nas batinas
Pudéssemos sentir a dignidade e o amor,
Se na boa intenção
Pudéssemos sentir o afago e a segurança desse amor,
Se a própria massa não se espedaçassem em níveis e classes;
se a grande multidão de zumbis se libertassem da controle egoísta das elites.
Se ao invés de sangue alheio;
Fossem estes, os valores a sustentarem os alicerces das montanhas eletrônicas, ai então a própria corrido seria um grande troféu.