corrida ( quebrando as grades da realidade )

A loucura é a única leal.

Tentar esconde-la

É esconder-se de si mesmo.

E a saudade?

A constante saudade da sorte;

É a circunstancial saudade da morte,

como a lua que vive em um ciclo eterno,

como os verdadeiros valores que correm a margem

da linha de partida e a linha de chegada.

A corrida tem data e hora marcada.

Não pense no fim como um pesar,

Seja intimo, e use-o para direcionar o próximo passo a se dar,

Siga calmo, não adianta correr,

Por mais alto que alcance,

Ainda vai estar entre a linha de partida e a linha de chegada.

A altura provoca vertigem ao coração,

Cria calos na alma.

A loucura se transforma em realidade em meio a tanta ilusão,

Onde esta o norte?

Por fim, a corrida muda de direção;

Se ao menos as pompas das gravatas

Enforcassem a nossa mediocridade,

E os cintos lustrados

Apertassem as calças da promiscuidade;

E os ternos italiano escondessem a vergonha da humanidade.

.

E as novidades?

Será que são fôlego ou dificuldades?

Se ao menos os carros reluzentes nos levassem

Aonde realmente devemos ir,

Se os celulares multifuncionais

Fizessem-nos ouvir a verdade,

Se as extra redes pudessem

Interligar as almas e corações.

E a "verdade" ?

Se nas batinas

Pudéssemos sentir a dignidade e o amor,

Se na boa intenção

Pudéssemos sentir o afago e a segurança desse amor,

Se a própria massa não se espedaçassem em níveis e classes;

se a grande multidão de zumbis se libertassem da controle egoísta das elites.

Se ao invés de sangue alheio;

Fossem estes, os valores a sustentarem os alicerces das montanhas eletrônicas, ai então a própria corrido seria um grande troféu.

danms
Enviado por danms em 29/05/2009
Reeditado em 29/10/2013
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