Um Brinde À Friccção

um brinde às almas

insones

que, em tréguas de dor,

se entregam à felicidade

e, uma vez , ao menos

em brisa passada na tormenta

libertas

sobrevôo dos ventos

à deriva

extasiando-se em gozo e ardor

sê pequena

mas intensa

sorria com verdade

e redime-se

do fardo

por um segundo

já que o gosto de minhas lágrimas

é tempero em teu corpo

ardente

um brinde à fricção

que gera

como um segredo de entranhas

o mistério angelical

de se fazer um

pelo menos

em segundos

quando choram

anjos decaídos

de êxtase e

de amor

( amor são passagens em pairagens de tecidos inflados e nós não cabemos em nossa pele, sometimes)

passageiros e efêmeros

prisioneiros de uma eternidade

casta

que se refaz

a cada semana

na praia de nossa cama

sortilégio que o destino das coisas

nos reservou.

Ana Paula Perissé
Enviado por Ana Paula Perissé em 16/01/2009
Reeditado em 20/04/2009
Código do texto: T1387171
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