Loucura
Loucura
Reflito, reflito.
Basta-me de reflexões!
Após dias refletindo
compreendo nada.
Ninguém escuta
Os meus monólogos
Minhas frases que caem pelo chão.
Meus simples pedidos
Dizem que esse é
O principio da insânia
Aí meu Deus!Peço que quando
Louca de vez eu ficar, saiba antes,
Em quais ruas irei pisar
E em qual abrigo irei fazer morada.
Pedi café e me deram um conhaque
Disse que o sorriso da menina era lindo,
Ela exclamou:
Pervertida safada!
Aplaudi a sesta de três pontos do
Meu time de basquete e me
Lançaram pedras.
Meu ultimo apelo foi relatar a conversar
Que tive com as estrelas.
Deram-me uma camisa de forças.
Todos os dias uma senhora
De roupas brancas e sapatos também,
Traz-me remédios, sem perguntar se os quero,
Enfia todos eles em minha boca.
Hoje quero refletir, mas os remédios
Deixam-me com um profundo sono.
Acho que vou dormir.
O abrigo que estou, esqueci o nome,
Tomei a liberdade de nome-lo, pensamento.
Jane Krist Coffee
Ao som perfeito, pelo menos na minha concepção da Linda Adriana, que canta não só as marcas da paixão que de tão raras se isolam de tudo sem ao menos explicar nada. Ela traduz os mais silênciosos gritos e desejos do ser que há em cada um.
Bagatelas
Adriana Calcanhotto
Composição: Roberto Frejat/Antonio Cicero
Eu dizia "apareça"
Quando apareceu, não esperava
Um dia me beijou e disse "não me esqueça"
Foi embora
E só esqueci metade
Que bom que eu não tinha um revólver
Quem ama mata mais com bala que com flecha
Ela deixou furo
E a porta que abriu
Jamais se fecha
Nada disso tem moral nem tem lição
Curto as coisas que acendem e apagam
E se acendem novamente em vão
Será que a gente é louca ou lúcida
Quando quer que tudo vire música?
De qualquer forma não me queixo
O inesperado quer chegar:
Eu deixo
E a gente faz e acontece nessa vida
Nessas telas
Nessas bagatelas