O DESMEDIDO SACO DE MEUS DEFEITOS

Meus pensamentos estão antenados

Aos agrestes gritos esganiçados

Provindos de meus hospícios

Sutis barulhos cornetados

Disseminados aos montes

Quedando descontrolados

Nas corredeiras de meus vícios

Irrigam recantos vários:

Os povoados de minha fronte,

As estações de meus calvários,

As cegueiras de transantontem...

Tresloucados pensamentos

Inascidos deste que escreve!

(O autor está em mim,

Porém é outro elemento...)

Vascolejando lamentos gelados

De incontida e bastarda verve

Só boto um bom reparo neles

Quando há muito já alojados...

Descansam na caixa craniana

Sentados em cadeiras insanas

Como velhos aposentados

Pior que os alimento...

Asso abiscoitados preconceitos

Que do forno vou colocando

Ao desmedido saco de meus defeitos

Gê Muniz