Vivo a Voar...
Quando o teu sensual verso
Chega aqui no meu universo
Eu me vejo no ar... Voando!
Pego logo a caneta e vou compondo...
É algo que não sei explicar
Como se fosse uma hipnose
Fico possuído... Tomado!
Pelo teu feitiço sou domado
Suspiro! Alucino e transpiro
É a minha arte e o meu vício
Como não me bastasse o artifício
Sedução dos teus benditos retratos
Agora mais esse danado de encanto
Será que a ele dará jeito algum santo?
Ou estou condenado só ao pranto...
De viver inteiro sob o teu manto
E eu choro ou sorrio este canto?
Só sei que estou meio avoado
Não sei se alço vôo da janela...
Ou se pulo ali de fora do telhado
Se for pra pousar nos teus braços
Sabe que topo qualquer parada
Porque já estou todo seduzido
Logo eu que me achava sabido
Fui cair na armadilha da bandida
De uma eletromagnética poetisa
Que entrou de costas pela aorta
E o coração deixou-me de boca torta
Estou aqui morrendo bem na porta
Num sufoco entorpecido e maluco
Anestesiado busco como um louco
Viver o meu sonho mais lindo de amor.
Hildebrando Menezes