Imagem do nada
Em contraste com o seu universo
Viciam as horas calmas pela noite
Nos mais sombrios de seus pensadores
A mágoa nefasta lhe arrasta ao horror
Semeias a dor que lhe consome
O Pânico procura lhe beijar
Profundamente incendiando a sua alma
Ouçam os soluços das trevas pelo ar
O céu veste-se de medo
fluidos de tanto misticismo
Sepultem as glorias que te alimentam
Distinto poder vazio
Seu retrato é a timidez insana
Feres o corpo que lhe rodeia
Bebes a loucura disfarçada
Tragando desejos pela ultima ceia.
Lábios amargos da desgraça
Súditos venenos agonizantes
Em seu cálice mais uma gota de ilusão
Sentença da imagem apocalíptica.
Ânsia voraz que te alivia
Simples rugido que rasga um movimento
A besta famulenta que dança ao invisível
Colírio dos desabrigados pela fé
O museu do futuro é apenas uma repetição
Seu autor usa mascara do nada
Teoria da farsa como delírio salivante
Borbulhas na existência pela morte ingrata.