A MANIFESTAÇÃO E O BINGA
Fui viajá lá prá São Paulo
Acompanhando o meu patrão
Prá serví de companhia
Nunca deixo ele na mão!
Eu lá nunca tinha ido
Nesse bruta cidadão
Mas fui leva as encomenda
Numa tá de Crimação...
Meu compadre Zé Pequeno
Em que fria eu entrei
Já chegando na cidade
Cuma greve adeparei
Eu um baita povaréu
Cumas Bandera na mão
E pelo jeito da puliça
Eles gosta disso não...
Apiemo do artomóve
No meio da confusão
E naquela aranzé
Onde tá o meu patrão?
No meio da multidão
Uns gritava que nem loco
E eu comecei a vê que alí
Num pudia tá caboclo...
Nessa hora se achegô
Um caboco mascarado
E pediu a minha binga
Me levô ela emprestado!
Foi aí que começô
O tamanho da mundiça
Pois o cabra com meu binga
Tocô fogo nas puliça...
Outros loco mascarado
Com uns pedaço de pau
Quebrado as vidraça
Das loja da capital...
No meio do fumacêro
Eucuitava uns zumbido
Os meu zóio ardia muito
E eu já tava era perdido!
Foi intão que me acerquei
De uns guarda, ali parado
Fui a eles preguntá
Do meu binga emprestado
Os guarda mar inducado
Lá me dero um pescoção
E se eu num fosse um cabra esperto
Esse chapéu tinha mais não...
Num sei o que aconteceu
Com o binga e meu patrão
Arresorví muntá num ônibus
Pro bairro da Crimação.
Quando já tinha muntado
E botar começo aluí
É que vi o meu patrão
Querendo tamém subí...
_Peraí, seu motorista
Deixa esse cabra entrá
Do contrário eu num sei
Onde é que eu vô pará!
Foi aí que perguntei
Na oreia do patrão
Pruquê daquilo tudo
Da tamanha confusão
E entonce ele expricô
Que aquilo era bão
E que aquele aranzé
Miorava a nação...
Eu não sei se aconcordo
Nem que a cuca eu esforce
Só que o meu paiêro
Tô acendeno ele no forfe