Lágrimas de crocodilo.
E os crocodilos machos choraram
Como quem não quer mais parar,
Suas lágrimas manhosas
Encheram a lagoa dos sonhos e da vida,
Que estava secando...
E as crocodilos fêmeas voltaram,
Cantando, nadando animadas,
Pois para elas estava
Se espraiando um novo horizonte,
Cor de abóboras, abobadados
Nas formas celestes mais virginais;
Passaram se meses, anos, séculos até,
E a mesma estória se repetia enfaticamente:
Os crocodilos machos enfadados choravam
E as crocodilos fêmeas endeusadas
Amiudavam sua dor inaudita
Até que um dia uma crocodilo fêmea astuta,
Histérica, solteirona e de coração duro,
Logrou descobrir a arguta trama do sexo oposto;
Então, a Babilônia das águas calmas dos lagos,
Virou deserto de areia quente
Onde o pranto a areia suga!