Nave dos descontentes
A cada dia é mais um que embarca
na grande nave dos descontentes
até em pares como a antiga arca
soturnos não mostram nem os dentes
Sua única alegria aos outros desdenhar
xingar e esmagar com as línguas ferinas
tal qual um trator no solo a desenhar
soltando toda ira que sai pelas narinas
Pobres coitados perdidos nas frustrações
e encolhidos na lama dos próprios seres
esquecem a vida nas pérfidas distrações
pensam em direitos nenhum dos deveres
Impiedosos atacam pelos seus reflexos
Olham somente pelo que são realmente
independente das raças religiões e sexos
insanos doentes de corpo alma e mente