ALVOROÇO NO GALINHEIRO

Deitou-se no galinheiro toda sassaricada

Uma penosa recém chegada no pedaço

Toda imponente reclamava de cansaço

Viera de bem longe em viagem arriscada

Outras galinhas ali se encontravam

E lhe olharam curiosas e com desdém

Dessa forma ali nunca chegara ninguém

E com ironia todas ali cochichavam

Ficaram atentas e bem vigilantes

Seus galos já se entreolhavam

Algumas até se perguntavam

Se poderiam ficar neles confiantes

De manhã começou o cocoricó

Os galos cantavam imponentes

Os pintos brincavam contentes

Sorriam os frangos no caritó

Espalharam milho no terreiro

Todo mundo correu prá comer

Tempo não se podia perder

Sorte de quem chegar primeiro

A novata ficou meio acanhada

Sob olhares de galos machões

Bem conhecidos e fanfarrões

Não dispensavam uma cantada

Logo o bicho pegou no galinheiro

A sassaricada gostou de um galo

Queria testar se era um vassalo

Ficou lhe atentando o dia inteiro

As galinhas formaram um mutirão

E  na invasora investiram com bicadas

Estavam decididas e bem irritadas

E expulsaram a dondoca desse chão

Depois de grande alvoroço e cococó

Com muitas penas ali voando

A intrusa saiu dali cantando

Toda esfolada e triste que dava dó

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 15/01/2019
Reeditado em 15/01/2019
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