ALVOROÇO NO GALINHEIRO
Deitou-se no galinheiro toda sassaricada
Uma penosa recém chegada no pedaço
Toda imponente reclamava de cansaço
Viera de bem longe em viagem arriscada
Outras galinhas ali se encontravam
E lhe olharam curiosas e com desdém
Dessa forma ali nunca chegara ninguém
E com ironia todas ali cochichavam
Ficaram atentas e bem vigilantes
Seus galos já se entreolhavam
Algumas até se perguntavam
Se poderiam ficar neles confiantes
De manhã começou o cocoricó
Os galos cantavam imponentes
Os pintos brincavam contentes
Sorriam os frangos no caritó
Espalharam milho no terreiro
Todo mundo correu prá comer
Tempo não se podia perder
Sorte de quem chegar primeiro
A novata ficou meio acanhada
Sob olhares de galos machões
Bem conhecidos e fanfarrões
Não dispensavam uma cantada
Logo o bicho pegou no galinheiro
A sassaricada gostou de um galo
Queria testar se era um vassalo
Ficou lhe atentando o dia inteiro
As galinhas formaram um mutirão
E na invasora investiram com bicadas
Estavam decididas e bem irritadas
E expulsaram a dondoca desse chão
Depois de grande alvoroço e cococó
Com muitas penas ali voando
A intrusa saiu dali cantando
Toda esfolada e triste que dava dó