Rabo Preso
Queria me por cabresto
Encompridar meu vestido
Se meter no meu decote
O cafajeste enrustido
No início era só flores
Me chamava de amorzinho
Minha roupa elogiava
Curtia até meu shortinho
Aos poucos se revelando
Foi ficando enciumado
Não queria que eu saísse
Nem olhasse para os lados
Um dia desconfiada
Seu celular confisquei
Seus bolsos examinei
E para minha surpresa
O rabo preso encontrei
Um bilhete dobradinho
Com a letra de menina
O chamava para um encontro
No boteco da esquina
Naquela noite medonha
Calmamente me arrumei
Fui atrás do sem vergonha
E os dois juntos flagrei
Olhei os dois bem nos olhos
A dor e o choro engoli
Bebi a cerveja dela
Dei uma banana pra ele
E porta afora saí
Fiz a mala do cretino
No meio da rua joguei
Sem cuidado e sem pudor
E quando o galo cantou
Pela janela espiei
A mala já tinha ido
Junto com as tralhas, o amor