Até que o Celular os Separe

Celular é coisa boa

Mas às vezes atrapalha

Tem gente que não desliga

Já não dorme, nem trabalha

Pra esses eu aconselho

Não se deixe escravizar

Pelo seu próprio aparelho

Na rua é um desastre

Olhando o tal “zap zap”

Não vê poste, não vê gente

Não vê carro, não vê nada

Atravessa sem cuidado

Às vezes nem se dá conta

Que o sinal está fechado

Já no ônibus, o vivente

Pensa que está sozinho

Quando sentado, abre os braços

Cutucando o seu vizinho

Se está em pé é um Deus me livre!

Vai bancando o equilibrista

Curte, envia e compartilha

E se cai estatelado

A culpa é do motorista

Quando chega do trabalho

Não dá alô para os filhos

Não dá olá para a esposa

E nem um beijinho nela

Tem que checar as mensagens

De olhos fixos na tela

A mulher negligenciada

Numa dessas te dispensa

Com uma bela mensagem

Dizendo que para casa

Não precisa mais voltar

E que seja bem feliz

Com seu dono, o celular

Rosamaria Gurniak
Enviado por Rosamaria Gurniak em 22/11/2017
Reeditado em 04/10/2021
Código do texto: T6179219
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