O VIL METAL
O VIL METAL - por Olavo Nascimento (15/11/2015)
Os caras deste país que só pensam em mutreta,
Antes que a sua sujeira provoque o mau cheiro,
E a polícia descubra e abra a sua caixa preta,
Tentam se esconder com apelidos no dinheiro.
Enquanto a gente trabalha e pede bom agouro,
Outros roubam demais na maior cara-de-pau.
É por isso que desde a era da moeda de ouro,
Por corromper as pessoas, nasceu o vil metal.
Por aqui o dinheiro é escondido por alcunhas,
Que se inventam para proteger algum sovina,
Como o José, o Luís e alguém que se supunha,
Que não deixam de embolsar aquela propina.
O suborno que tem sempre notícias recentes,
Também é conhecido por espórtula e xixica,
Para tentar enrolar inocentes ou descrentes,
Ao se dar sumiço na grana que com ele fica.
Tem alguns que falam em joia ou molhadura,
Para cobrar serviços gerados na corrupção,
Elogiam seu trabalho em tempo de vida dura,
E exigem a molhadela umedecendo sua mão.
Outros são mais sofisticados e importantes,
Abandonando os apelidos por gratificação,
Como se o faz-me-rir infeliz e chocante,
Não fosse um grave crime de prevaricação.
O coitado do dinheiro anda fulo nesta vida,
Com tamanha ousadia de qualquer picareta,
Que não tem ética e honra que com ele lida,
Ao receber sobrepaga em nome da gorjeta.
É tanto beberete com capins de lambuja,
Muito jabaculê que vem com a lambidela,
Que a gente não sabe como o bunda-suja,
Ainda continua livre e não dentro da cela.
Algum emolumento ou ainda uma blefaia,
Também se enfurnam dentro dum jaleco.
Mas o dinheiro se irrita com a nova laia,
Por ser batizado agora como o pixuleco.
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