De cabeça para baixo

Quero rir, quero brincar de escorregar pelas horas,

inverter os giros da terra e a força da gravidade,

para que todo mundo se ponha em pé pela cabeça,

numa tentativa de ver a rosa na rosa e o céu no céu.

Mudar o sinônimo das coisas, dor será evolução,

inquietude será tolerância, num contexto inovado

onde esquecido será tudo aquilo dia aprendido,

empurrando estorvos da mente a caber mais paz.

Quando a lua pingar seus orvalhos, eniba-se a lógica

exacerbada, prepotente, que enforca os sentimentos

abortando os suspiros e sorrisos relaxantes na raíz,

voltemos a babar e cair, crianças brincando de vida.

Exilando as teorias preconceituosas, leis invariáveis,

ignorantes óbvios no afã da ingenuidade, buscaremos

e oxalá saídas mais coerentes encerrem nossa missão,

de insignificante para algo essencialmente expressivo.

Santos-SP-04/02/2007

Inês Marucci
Enviado por Inês Marucci em 05/02/2007
Código do texto: T369800