Texto independente
Escrevi de punho o texto que me veio à mente
Havia coisas tão certas que nada sairia diferente
Escrevi no passado, a cerca de duas horas
Trouxe-o a tona para dar-lhe minha aurora
Não acreditei, pois o texto relutava
Parecia ter vida própria, queria modificar o que eu pensava
Esbravejei, fiz birra e me coloquei a digitar
O texto entortava, dava asas à imaginação
Tinha dificuldades em terminar
Os fatos da minha criação
Pensei, tracei um plano de driblar o texto malandro
Pudera o texto que eu pari me levar as novas conotações?
Como poderia eu dar novas explicações
Para um caso de texto errado
Podendo eu driblar ou ser driblado
Sem maiores hesitações por um texto malvado
Lembrei de consultar o que havia no inconsciente
O que nas entrelinhas queria falar o texto renitente
Cansei de buscar o óbvio, vi que o texto era que nem gente
Tinha opinião própria, gostava de dizer lorotas
Agora era um texto independente