Amor de vizinha

Fim de tarde é assim,

Como quem herda a noite,

Compra mais um sonho,

E admira do dia o seu fim.

Entre palavras o sono chegou,

Dorme com o livro no rosto,

Percebendo que o sonho começou,

Mas num susto a campainha me acordou.

Minha vizinha à porta,

Vem brava me acordar,

Pois perdeu sua calcinha,

E quer no meu quintal procurar.

“Mas se ligou numa calcinha,

Entre tantas que você tem.”

“Mas é a mais sensual,

E usá-la esta noite é o que me convém.”

Calcinha que meu cachorro pegou,

Na procura a noite chegou,

Sugiro a ela comigo jantar,

Ainda sem a calcinha encontrar.

Aliás, de calcinha estava sem,

O que aguça a curiosidade,

No champagne ela não se contém,

Num sorriso é só felicidade.

Já que sem calcinha,

Chega ao corpo nu revelar,

Esta noite sim não lhe convinha.

Comigo de calcinha estar.

O dia amanheceu,

A calcinha na sala de estar,

Mas por que agora colocar,

Queremos é mais uma vez nos amar.

Vanderlei
Enviado por Vanderlei em 12/07/2005
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