A mula sem cabeça!
Credo que coisa mais feia,
Tenho medo inté de oiá!
Mais tamém quem mando ir naquele lugar,
Afanar mandioca do Seu Osmar!
Nóis saimo correndo feito um buscapé,
Quando vimo aquela aberração!
E no meio daquele escuro,
Dei um baita trupicão!
Fui rolando ladera abaixo,
Até parar no meio do riberão.
Meu irmão perdeu as carça,
E ficou só de cirolão!
Meu pai perdeu relógio e chapéu,
Correndo daquela sombração!
Eita Mula Sem Cabeça!
Prá lá nóis nunca vorta não!
É mió deixa pra lá essas mandioca,
Do que correr esse risco ferrado!
E mais vale um covarde de zóio aberto,
Do que um valente morto e enterrado!