Briga na Madrugada
O vento batia na janela
Assustando Sebastião
A chuva que lá fora caia
De repente parecia
Por um fim no verão.
Com muita irritação
Sua esposa se levantou
E foi num pinico mijar,
Quando sem imaginar
O pinico de lado virou.
A urina se espalhou
Molhando todo o chão,
Da boca de Luzia
Todo palavrão saia
Até irritar Sebastião.
O infeliz sem compaixão
Deu uma tapa na boca de Luzia,
Tão forte foi a pancada
Que a pobre coitada
Quase que desse mundo partia.
A sogra no outro quarto dormia
Quando escutou a bofetada,
Rápida, veio ver o que era
Rastejando feito uma fera
Na escuridão da madrugada.
Ao ver sua filha amada
Ainda meio tonta
Foi logo pra cozinha
A velha Rosinha
Disse, eu estou pronta!
Respondendo a afronta
A velha tacou uma mão de pilão
Nas costas do genro bruto
Que depois do tumulto
Caiu do lado do colchão.
O sol brilhou no sertão
Quando Luzia acordou
Sem entender nada
Do lado a mãe armada
Com uma mão de pilão.
E o infeliz Sebastião
Dormia sem perceber
Que era vigiado
Pelo olhar abuticado
Da sogra que lhe veio abater!
Quando ele recuperou
Totalmente o sentido,
Nunca mais quis brigar
Nem se quer se alterar
Mesmo que estivesse enraivecido!