Piruleta.

Cadela sapeca, levada da breca;

Tá tão crescidinha, que nem lembra mais;

Aquele filhote, pequeno e gordinho;

Abandonado lá no Pet Shop;

Logo que a vi, já me apaixonei;

Levei lá prá casa, e dela cuidei;

Foi uma alegria prá criançada;

Que riam demais, e gargalhavam;

Pois a bichinha corria e pulava;

Mas era gordinha, caia e rolava.

Então foi crescendo, e que vira-lata!

Atormenta as visitas, com tanta bravata;

Ela pula e lambe, levanta nas patas;

Se tem molecada pega fogo num átimo;;

Só pensa em morder, o coitado do gato;

Nada lhe escapa dos dentes fininhos;

Ela come a ração e mordisca o prato;

Tirou o cadarço do tênis do Denis;

Furou a bola do pobre Zezinho;

E roeu o sapato do Deodato.

Por onde ela passa é um vendaval;

Derruba o lixo e morde o sabão;

Puxa o lençol que está no varal;

Ela é uma gracinha, é um furacão;

É toda branquinha, com manchas marrom.

Só fica com medo, se eu pego o "couro";

Que é um canudo, de jornal enrolado;

Ela sai de mansinho, com ar desolado;

E vai se esconder na casinha ao lado.

Mas, se olhar para ela, e der um sorriso;

Ela abana o rabinho e perde o juízo;

Volta a brincar, esquece do "couro";

Morde a revista, rasga a gazeta;

Parece que faz por desaforo;

O nome dela é Piruleta.

Madaja Dibithi
Enviado por Madaja Dibithi em 08/05/2011
Código do texto: T2957659
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