Piruleta.
Cadela sapeca, levada da breca;
Tá tão crescidinha, que nem lembra mais;
Aquele filhote, pequeno e gordinho;
Abandonado lá no Pet Shop;
Logo que a vi, já me apaixonei;
Levei lá prá casa, e dela cuidei;
Foi uma alegria prá criançada;
Que riam demais, e gargalhavam;
Pois a bichinha corria e pulava;
Mas era gordinha, caia e rolava.
Então foi crescendo, e que vira-lata!
Atormenta as visitas, com tanta bravata;
Ela pula e lambe, levanta nas patas;
Se tem molecada pega fogo num átimo;;
Só pensa em morder, o coitado do gato;
Nada lhe escapa dos dentes fininhos;
Ela come a ração e mordisca o prato;
Tirou o cadarço do tênis do Denis;
Furou a bola do pobre Zezinho;
E roeu o sapato do Deodato.
Por onde ela passa é um vendaval;
Derruba o lixo e morde o sabão;
Puxa o lençol que está no varal;
Ela é uma gracinha, é um furacão;
É toda branquinha, com manchas marrom.
Só fica com medo, se eu pego o "couro";
Que é um canudo, de jornal enrolado;
Ela sai de mansinho, com ar desolado;
E vai se esconder na casinha ao lado.
Mas, se olhar para ela, e der um sorriso;
Ela abana o rabinho e perde o juízo;
Volta a brincar, esquece do "couro";
Morde a revista, rasga a gazeta;
Parece que faz por desaforo;
O nome dela é Piruleta.