Antologia satírico-sexual

José Augusto de Brito é um poeta e cronista de Pilar, recentemente falecido. Escreveu este soneto no livro “Vidas paralelas”, sobre a tristeza do ocaso do homem.

O VELHO

Como criança com medo de escuro,

Tem infantil pavor da solidão,

-Um velho abandonado é muito duro...

E seria melhor viver sem pão,

E ter amigo e um carinho puro,

Que na hora da dor lhe desse a mão.

Velho é um barco à deriva, inseguro,

Em um mar de incerteza e ingratidão.

Tudo quanto queria foi embora:

A companheira fiel de cada hora,

E tudo, tudo o mais que quis no mundo.

Agora é tarde e a noite vem chegando,

Triste como uma candeia alumiando

O derradeiro olhar de um moribundo.

Parodiando meu compadre Rui, o poeta da safadeza, segue abaixo mais uma pérola da “antologia satírico-sexual” deste ilustre pseudo-tarado-machista que vos escreve:

Mito sacana

Ao se deitar geme “ai!”

Quando levanta diz “ui!”

Partindo pra safadeza

Igual ao amigo Rui,

O poeta fescenino

Diante disso conclui:

Corno foi quem inventou

Essa cruel inverdade

De afirmar que o velho

Goza de felicidade

É mais um mito sacana

Esse da melhor idade.

Melhor idade era quando

Eu tomava carraspana,

Gozando muita saúde

Abusando da banana

Com tudo que era fêmea

Na zona de Itabaiana.

A melhor idade foi

Quando eu comia aranha

Com o bilau firme e forte

Sem compromisso e sem manha.

Hoje, boi velho e mole,

Até das vacas apanha.

www.fabiomozart.blogspot.com

Fábio Mozart
Enviado por Fábio Mozart em 02/06/2010
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