EU E A INTERNET



Enquanto a Internet, desativada,
teima em sumir do meu computador,
espero que um milagre contemporâneo
a des-internize e ela volte a navegar.
Vou fazendo um verso aqui,
outro ali – prá preencher espaços
e os pensamentos saltitam errôneos
transportando-me a momentos que vivi.
Mantendo lembranças em leves traços
voltando o tempo qual relógio
que não posso controlar,
num sentido anti-horário...
vão – essas lembranças,
parar numa fase bem distante
e um aparelho (hoje jurássico)
era, então, o máximo da eletrônica:
- o telex. Ah... o telex!
Quanta emoção poder contatar
no longínquo Nordeste, por exemplo,
com a mesma demora telefônica
(demorava muito, naquele tempo)
“falar” com o cidadão do outro lado,
da tecnologia, era o apogeu.
- E nem havia SEDEX...
Digitar a máquina complicada
fazer contato, quase uma magia.
Também, naquele tempo
o “sistema saía do sistema”
tal e qual acontece, hoje em dia...
Como de automóvel se viaja;
- carruagem é peça de museu
vou retomar meu problema
perguntar ao provedor, ou quem seja
- o que aconteceu
e tentar reiniciar o meu esquema.