Urubus de Plantão

No Sítio Serenata existem repugnantes criaturas,

Criaturas ociosas, hipócritas, desrespeitosas,

Habitam os galhos das árvores, das copas frondosas,

Seres que falam todos os tipos de sujeiras, de diabruras.

Seus ofícios são procurarem a putrefação da vida alheia,

A fim de que possam espalhar por toda a aldeia,

Adoram as más notícias, as boas não tem importância,

Almejam por algo sólido, algo de obscura substância.

- Quaaaaaaaakkkkkkkk.... O que foi que ele fez de errado?

Perguntou uma honrosa ave, já de penas envelhecidas e brancas,

- Quaaaaakkkk... Quaaaaaaaakkkk... Apenas o fato de estar vivo!

Reunem-se sempre no horário da noite, depois do jantar,

E o êxtase esta justamente na fofoca, no intenso cochichar.

- Quaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaakkkk... Mas ela já vai sair de novo?

Indagou uma digníssima ave para a outra anciã desse assustador grupo,

- Quaaaakkk... Quaaaakkkkk... Presumo que vá para a casa do amante.

Sentam-se em locais estratégicos, próximas às ruas e às calçadas,

Para que tenham uma melhor visão da bicharada do Sítio Serenata,

Enfatizo que nada e nem tampouco ninguém escapa aos seus olhares,

Tudo pode ser motivo de tema, desde uma briga de casal à um adultério,

Procuram sempre aumentarem a história, dar-lhes um ar de mistério.

- Quaaaaaakkkk... Quaaaaakkkkk... Quaaaaakkkk... Ele fez isso?

- Quaaaaaakkkk... Quaaaaakkkkk... Quaaaaakkkk... Ela fez aquilo?

- Quaaaaaakkkk... Quaaaaakkkkk... Quaaaaakkkk... Mas ele não fez nada?

Portanto, Deus me livre dessas criaturas envenenadas!!!

Que são mais do que malas sem alça, de fato, são cobras criadas!!!

* Todos os Direitos Reservados pelo Autor.

Fábio Pacheco
Enviado por Fábio Pacheco em 01/05/2006
Reeditado em 02/05/2006
Código do texto: T148590