B A L E L A
Na balela
De certas pessoas
Novamente volto a falar,
Porque certa gente é demais
E confesso que já não posso aquentar!
Saio pela rua, feliz a caminhar,
Sempre encontro alguém para se encostar,
Sabendo que sou feito de bondades
As suas desventuras começam a lamentar.
Dizendo-se meus amigos, pedem,
Se tenho algum dinheiro para emprestar
Pois nas lojas os carnês vencem
E Eles precisam alguns pagar.
Você me empresta a grana
Eu vou correndo quitá-los
E fique certo, que no fim do mês
Eu te pago ou venho me explicar!
A quantos já ajudei, pensando:
“Coitados,” estão de fato a necessitar
Mas nunca mais de novo os encontrei
E nem recebi deles nenhum trocado.
Mas além de emprestar dinheiro
Usei com todos, muita sinceridade,
Nem um tostão de volta recebi
E ficou só na promessa, pagar a metade.
Às vezes de longe
Avisto este meus bons camaradas
Mas fogem como o tirano da cruz,
Sumindo em carreira desabalada.
Deste jeito existem muito
Vagando, pedindo pela cidade
Vão se arrumando à custa dos outros
Explorando-nos
Em nome da AMIZADE.
Elio Moreira