Poema para meus tios!
Tio José:
Quando lá em casa ele, sério, chegava, da grade mesmo ele falava: " Deus te abençoe, cadê Nevinha"? E passando pelas salas, quando a ela, ele avistava, o sorriso se abria.
Não tinha outra frase que fosse a primeira. E ele dizia sorrindo " cadê meu cafezinho"?
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Tio Moacir:
Às vezes sério, às vezes alegre, quando lá em casa ele chegava e assim que via a irmã, sorrindo ele falava: " Acabei de vir da Ceasa".
Tia Eliete:
Ah! Tia Eliete!
Quando lá em casa chegava, sempre sorrindo dizia: "Ô de casa"!
Não tinha outra, já sabíamos que o dia ia ser de muita conversa e muitas risadas.
Tia Mariinha:
Quando lá em casa chegava da grade, sorrindo, perguntava: " Cadê Neva"?
Dos seis era a única que não tomava café, mas uma coisinha doce ela nunca rejeitava.
Tio João:
Quando de viajem do Rio chegava e que lá em casa passava, uma das coisas que mais me marcou foi de uma linda e cor de rosa manga, que ele levou. E sorrindo ele dizia: "Nevinha, essa manga vou levar para fazer inveja ao povo de lá".
E é essa simples, doce e leve lembrança que quero guardar de todas às vezes em que abri a grade da casa, para cada tio meu entrar.
Keila Gusmão.