FILHO DE MARIA, TAMBÉM
Hoje eu queria voltar pra casa,
Bater à porta e vê-la abrir, sorridente,
Como se me esperasse há anos.
Que me olhasse nos olhos,
Pousasse suas mãos macias em meu rosto,
E, ainda sorrindo, exclamar,
“Você não mudou nada, menino!”
Hoje eu queria voltar pra casa,
E sentar-me à mesa,
Com bolinhos de chuva e café com leite.
No fogão,
O barulho da panela de pressão,
Anunciando a janta.
E pela janela,
Ver meu pai jogando milho pros patos e galinhas!
Hoje eu queria voltar pra casa,
Tirar os sapatos e,
sentado no sofá verde da sala,
Ouvir a sua fala,
Me perguntando como foi o meu dia,
E me contando do dia seu,
Suas dores, suas preces ao seu Deus!
Hoje eu queria voltar pra casa,
Mas nem adianta voltar;
A casa verde,
Que não é mais verde,
Ainda esta lá,
Mas você não está lá,
Ainda a me esperar.
Pois é D. Maria,
Seu menino cresceu
Mas nunca não a esqueceu.
Você me ensinou muita coisa boa,
Mas não me ensinou
A não chorar quando sentia saudade!
Um dia a gente se encontra,
Mas enquanto este dia não chega,
Brigue por mim com o Cara aí em cima,
Como você sempre fez aqui!!
Saudades...
Seu filho,