BEATRIZ

Um vento me soprou

Que os seus olhos são azuis

Azul celeste,igual aos da mamãe

Eu não participei,não fui lembrado

Mas comemorei solitário.

Sua chegada ao mundo.

Apenas o sopro do vento.

A sussurrar aos meus ouvidos.

-Beatriz nasceu!

-Beatriz nasceu!

Ecoava em meus pensamentos

Pensamento que andava perdido,

Meio que adormecido.

E embalado por sonhos.

O vento era insistente

-Beatriz é uma flor!

-Beatriz é uma flor!

Então imaginei você sorrindo

O sorriso banguela dos bebês.

Como num filme em preto e branco

Que não mostrava a cor de seus olhos.

Nem seu cheiro e chorinho de bebê.

Mas que vento insistente.

Soprava em meus ouvidos.

Indiferente ao coração sofrido.

Com lagrimas represadas.

E que agonizava lentamente

-Beatriz nasceu!

-Beatriz nasceu!

Repete insistente

O vento impiedoso.