Retrato de mim

Do dia em que nasci de nada mesmo me lembro

Sei que nasci coberta de amor, e de roupas nasci nua

Fui acolhida por uma grande família da qual me tornei membro

Mas diferente de mim quanto gente nasceu na rua?

Não faço idéia do quanto dói a solidão

Nem mesmo sei o que é sentir dor de verdade

Tudo isso pra mim sempre foi opção

A simpatia, o amor, a liberdade...

Já tentei imaginar minha vida

Com outras pessoas, outras formas, nuances diferentes

Encontrei a imagem mais sofrida

Inimaginável mesmo em meus momentos mais descontentes...

Vi formar-se a imagem de uma gente estranha

Onde não encontrei os tão conhecidos defeitos

Fiquei confusa, sinceramente arrependida

Por ter buscado em algum lugar tal sentimento...

E perguntei-me: Cadê aquele povo resmungão

Que se reunia na mesa pra bater boca na hora do café

Será que o tempo fez se perderem em meio a tanta confusão?

Cadê vocês? Em reencontrá-los ainda tenho fé...

JanaAlves
Enviado por JanaAlves em 29/02/2012
Código do texto: T3528151
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