A Carapuça Assenta ?

Os seres iníquos

Não constroem

Uma sociedade

Para os seus

Descendentes.

Os descendentes

Da iniqüidade

Pensam impunemente

Praticá-la, ignorantes

De que a iniqüidade

Por sua própria

Natureza, impossibilita-se

De ficar impune. A vil

Natureza dos que a

Praticam, no ato de

Praticá-la, já nesse

Momento se punem.

A culpa e a alienação

São sua vaidade. Porém,

Para os que não sabem,

Que é a iniqüidade? É

Ceder ao impulso de

Praticar sua natureza

Covarde. Para o iníquo

Tornou-se natural o ser

Covarde. Ele, iníquo,

Mora na cova ancestral

Do medo-pânico. Ele se

Deu e se vendeu ao ódio

Às frustrações latentes.

O iníquo inveja as

Qualidades alheias

Porque sabe que jamais

Terá nenhuma qualidade.

Pretende desonrar a todos

Porque não tem honra.

O iníquo odeia-se por não

Sentir nenhum momento

Nascente de verdade. Por

Não saber como produzir

Em si mesmo um único

Sentimento que não seja

Produzido pela prática

Rotineira da crueldade.

A alma do iníquo é um

Deserto povoado pela

Carência atávica de

Qualidades. (Por isso

Deseja roubar a alma alheia)

O iníquo age

Na sombra e no nevoeiro

Para esconder a vergonhosa

Verdade. Por não ser capaz

De produzir nada diverso da

Dança das almas perdidas

Pelo pacto feito com o mais

Antigo feiticeiro da

Desumanidade. Ele possui a

Intenção invejosa de punir a

Todos os que não praticam a

Iniqüidade. O iníquo se traiu

Desiludiu-se e desistiu de buscar

Sua própria verdade. Sente-se

Sujo mesmo depois do banho.

O iníquo banha-se em sangue.

Odeia-se para sempre

Por que sabe que sempre será

Uma cabeça a mais no rebanho.

Odeia-se porque seu salário não

Pode comprar em nenhum

Supermercado sequer um mínimo

Naco de compaixão por si mesmo.

Ele sente o vazio impreenchível da

Falta de liberdade. O iníquo se

Vendeu para a ideologia da ilusão

De prosperidade. Sente-se traído

Por tudo e por todos porque, por

Maior que seja o poder aquisitivo

De seu salário, sabe que está

Proibido de amar, de se servir da

Natureza da Rosa dos Ventos

E sentir as Vibrações das ondas

Do mar num dia de chuva ou num

Dia solar. Ele não sabe reconhecer

O futuro no sorriso de uma criança

Porque, com freqüência, ele é

Pedófilo. Seu estado de espírito

Foi ter vendido, desde cedo, a alma

Para o diabo. Nunca será um ser

Inteiro, mas um cão sem dono de

Seus próprios pedaços. Por não poder

Amar a si mesmo e a ninguém mais

Estará queimando no fogo do ódio

Das chamas dantescas que nele não se

Apagarão jamais. Alienou

Seu tempo pretérito, presente, futuro

A esperança e a fé inexistem. Ele

As vendeu ao caminho padronizado

Ao senhor patrão e patrono de seu

Salário. E sabe que jamais será senhor

De si mesmo. E que nunca vai saber-se

Quem é. Seu prumo estará sempre fora

De rumo. Seu instinto secreto é segredo

De suas imagens, preconceitos

E de sua dor. Elas fazem dele

O ser perdido e afeito

À imagem e semelhança do

Pobre diabo seu criador.

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 19/04/2010
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