Um feto sem afeto.

mulher,

em teu ventre repousa serenamente a fragilidade,

em teu ventre bate um minúsculo coração,

que pulsa em função do teu.

um coração sem direito a um nome,

a um sonho, a correr, brincar,

dançar ciranda.

pois, seus motivos, meus problemas.

tua aflição,minha culpa, "mea culpa"

falo e não me escutas,

grito e não me ouves.

não sinto tuas mãos a me afagar,

deslizando tuas mãos sobre teu ventre.

esquece-te que já sou um menino,

e vê em mim um monstro,

que veio a tua vida destruir.

incapaz e indefeso,

não sei quanto tempo me restará.

um dia, uma semana,talvez um mês.

pois de algum crime hediondo,

pareço ser eu o culpado,

pois pelos meu queridos pais,

à morte estou condenado.

van martins
Enviado por van martins em 20/06/2008
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